Esta moda é louca e burra ou estou ficando velho e chato. Estou falando da calça baixa, expondo, atrás, o início da fenda glútea, o chamado “cofrinho”. Na missa, na balada, nos encontros familiares e até mesmo no seco formalismo dos locais de trabalho, nossos olhos se assustam com aquela visão: a exposição, às vezes até profunda, daquilo que, no passado, se escondeu com pudor, aquele ponto da anatomia humana que começa onde termina o espinhaço.
Parte bem desenxabida do corpo humano, lá está ela, exposta, nada pudica, aos olhos curiosos (se bem que dá vontade, no mais das vezes, de jogar um copo de bebida bem gelada, ali). Deselegante porção corporal, fenda feia, mesmo agressiva aos olhos distraídos e com um mínimo de pudor. Mesmo a mais perfeita forma feminina perde a graça diante de paisagem tão estranha. Se o expositor é macho, pior fica.
Os mais jovens acham graça. E daí toma papel de bala, chiclete mascado, palito de dente e outros objetos dentro daquela abertura, a fim de que a pessoa portadora da incorreção estética tome jeito e se arrume.
Os mais velhos estranham mais, por não terem a mesma graça dos moços. E, até que passe essa deselegante moda, a grotesca visão se apresentará ainda mais incompreensível aos experimentados olhos que pensavam já ter visto de tudo. Ou quase tudo.
Dá saudade do tempo em que, diante de uma mulher, onde terminava a saia ou a blusa, somente o pensamento masculino continuava a viagem, em busca do belo, embalado em doce imaginação, pura e sensual magia.
Mas hoje, diante dos “cofrinhos” expostos, se chega a sentir saudades dos belos trajes de outrora, quando as pessoas se apresentavam com bom senso, mesmo que sem requinte e mesmo sendo pobre, pois todos procuravam fazer do próprio corpo um respeitável templo, reservando-se ao máximo a boa imagem, com natural elegância e pudor.
A modernidade é boa, mas tem muita coisa estranha exposta ou circulando por aí.